
"Le Mépris", 1963
Jean-Luc Godard.
"A" obra maior do homem* que melhor compreendeu,
elevou, engrandeceu e "espelhou"na tela o grandioso e insondável
universo humano... (no) feminino.
(*)meu estimado Senhor.
[...]
- ... e os meus pés, achas que são bonitos?
-Sim... muito.
-E gostas dos meus tornozelos?
-Gosto.
-E dos meus joelhos também gostas?
-Gosto. Gosto muito dos teus joelhos.
-E das minhas pernas?
-Também.
-Vês o meu rabo no espelho?
-Vejo.
-Achas bonito?
-Sim... muito.
-Queres que me ponha de joelhos?
-Não.
-E dos meus seios, gostas?
-Gosto imenso.
-O que é que preferes? Os meus seios ou o bico dos meus seios?
- Não sei, é igual...
-E dos meus ombros... gostas?
- Gostas?
- Eu acho que deviam ser mais redondos.
- E da minha cara?
-Também.
-Tudo? A minha boca, os meus olhos, o meu nariz, as minhas orelhas?
-Sim, tudo.
-Ou seja, amas-me totaltalmente.
-Sim. Amo-te totalmente, ternamente, tragicamente.
-Eu também, Paul.
[...]
- Eu não estou estranha, eu sou a mesma.
[...]
- A morte não é uma conclusão.
[...]
- Não foram os deuses que criaram os homens, foram os homens que criaram os deuses.
[...]
Je t'embrasse. Adieux. Camille....
«É possível que alguém tenha escapado do canto das sereias. Do seu silêncio, ninguém escapará».
in Parábolas de Franz Kafka.
[um "a" a que se juntam umas quantas outras que tais...]
5 comentários:
para sempre. até que acabe.
obrigado pela visita. de que prima Sofia falas? tenho duas e fiquei curioso porque não tinha conhecimento que alguma delas seguisse o meu blog.
ah...e sou demasiado novo para me tratares com aquelas conjugações verbais.
volta quando quiseres.
D.
bom dia, d.
tomei conhecimento há já algum tempo através da prima sofia cardoso aguiar, senhora de um sorriso contagiante, dona de uns cabelos negros botticellinos, e mãe de dois pimpolhos: santiago e isaac (?), o benjamim da família ;). assim, de momento, foi a descrição mais imediata que me ocorreu...
...
só não acrescencentei à tal frase o "até que acabe" ou "enquanto dure" pois como diria jorge luís borges «(...)omitir sempre uma palavra, recorrer a metáforas ineptas e a perífrases evidenntes, é talvez o modo mais enfático de indicá-la»; uma história de amor trágica, portanto.
voltarei, sim, com todo o prazer d., pois que passou a ser desde então um lugar de paragem obrigatória nas minhas deambulações noctívagas.
lara.
essa Sofia...já não a vejo há algum tempo, nem aos miúdos. dá-lhe um beijo meu quando estiveres com ela.
e o JLB tem muita razão. eu limitei-me a cumprir a minha tarefa de leitor e a completar a frase com o reflexo do meu mundo interior. aí reside a magia da escrita. o autor pode até querer ancorar um sentido com o uso da metáfora, mas a revelação do sentido varia dependendo da bagagem sentimental/mental de quem a lê.
até breve.
D.
dar-lhe-ei, com certeza.
quanto ao resto, concordo em absoluto consigo.
tudo, mas mesmo tudo, o que vejo/leio/sinto, enfim... é absolutamente contaminado e afectado pelo meu universo ecléctico interior (e vem-me à memória um outro nome maior: italo calvino).
no fundo, a realidade exterior acaba sempre por me ser revelada como que um mosaico de despojos prostituídos de representações [senti]mentais.
see you.
lara.
errata: "conTigo".
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